Me encharquei de letras e sons nesta tua falta.
E se antes as lágrimas entonavam as curvas da nossa estrada,
Hoje, bem só, retornei a minha linha reta,
sem teu rosto no retrovisor.
Eu e você: nunca foi ciência exata.
Embora nossos corpos soubessem todas as fórmulas químicas e físicas de fazer o improvável e de brincar com impossível.
Retomo.
Em linha reta, partindo em dó e em direção ao sol.
E me deixo envolta, protegida pela melodia confusa
que minhas notas celebram pela tua falta.
Me embriago deste tinto que me pinta em vinho e recuso o doce do teu veneno.
A colocar meu mundo ao teus pés, perdi meu chão e hoje,
vôo sem asas para qualquer direção.
Aceita a condição.
Começo em dó e vôo em direção ao sol.
Até que o mundo se acabe.
E o meu, que reinvento todos os dias, reinicia toda vez que abro os olhos.
Findo a lucidez da taça e inicio um novo dia com mais uma noite...
Débora Andrade
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