sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Alma Rasgada


Alma Rasgada

Rasgue a alma.
Feche os olhos.
Me dê as mãos.

Chegue mais perto.
Sinta o calor.
Sinta este respirar sem pudor.
Abra o peito e mostre-me a dor.

Rasgue a alma.
Pulse o peito.
Respire meu jeito.
Queima minha pele.
No susto, me revele.
Me dê medo.

Rasgue a alma,
A minha roupa.
Me deixa louca.
Me morda a boca.
Toque minha alma.
Não precisa ter calma.

Rasgue...
Me retalhe no teu amanhã.
Grave pedaços de mim no teu gosto.
Mas me esqueça no próximo porto.

Explore meu corpo.
E me tenha medo.
Desassossego.
Desapego.

Rasgue a alma...
Rabisque os desejos.
Perpetue seus sons no meu colo.
Mas, amanhã...

Lave o rosto.
Vista minhas letras.
Mas, me esqueça.

Já vou ter tudo de ti.
E o que há de mim,
Não cabe na alma rasgada.
Débora Andrade

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