quinta-feira, 1 de novembro de 2012

De Volta


De Volta

Sobre os ombros, o peso de um mundo em preto e branco.
A estrada é de volta.
Mesmo com o sol entre as nuvens,
O céu me brinda com um azul quase celeste.

Retomo as penas...
Transformando-as em asas...
Do chão ao infinito do ar, torno o impossível uma chance.

Nem tento o tempo...
Saio desta órbita natural e
Forço os ponteiros do relógio.
Atraso os minutos.
É meu todo o tempo.

Retroceder, retrair, refletir, impulsionar, seguir...

Não conheço o medo e nem me quero de volta.
Só me aproximo do que eu sempre soube que seria.

Sobre os ombros, o alívio de um mundo em cores.

Minhas tintas, meus pincéis, minhas dores.
Retorno, como quem renasce.

E do aborto às pressas de um sonho quase parido,
Coragem me brinda semente e mais versos.
É feto de luz.
Semente de amor.

E da minha vida, sem pressa, o cultivo das flores e o descuido com meus espinhos.
Será assim...
Sempre assim...

Até raiar o dia em que em mim dormirá a esperança.
Verde... azul, amarelo dourado, vermelho, laranja...
E nos meus ombros, todas as cores e mil mundos.
Débora Andrade

Nenhum comentário:

Postar um comentário