sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Casa


CASA

Senti um cheirinho de café...
Era tão cedo...
Abri os olhos devagar,
Demorei a reconhecer o lugar...

Desde que fiquei muito só,
Nem tenho mais lugar.
Todos os dias, ao acordar
Me pergunto onde estou
E quem eu poderei abraçar.

Que saudades de casa!
Que casa?
Desde que fiquei só...
Eu sou minha casa.

Que saudades, mãe!
Que saudades, pai!
Ai, irmãs... que saudade!

Era o café do meu pai...
O de sempre.
Torrado e moído em casa,
No fogão à lenha de minha avó...

Era a minha casa!
O cheirinho do café
Levou até à mim lembranças...
Minha infância...
Minhas esperanças...

Que saudade, pai...
Que saudade, mãe...
Família... quanta saudade!

Eu que sempre quis o que o vento não leva...
Eu que sempre ponderei meus sentimentos,
Amei o que o tempo não muda... Mas o que não muda?
Equilibrei os pontos, os sonhos...
Mas não tenho nada em minhas mãos.
Desequilíbrio... mudança...

Nem eu estou tanto mais em minhas minhas mãos...

Pai, mãe, irmãs... quantas saudades!!!

Débora Andrade

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