terça-feira, 6 de novembro de 2012

Renúncia das Cores


Renúncia das Cores

Quero ir embora
Perder minhas horas, esquecer de mim...
Esquecer de ti...
Me perder em você...
Nos seus caminhos que me expulsam dos trilhos.
Provisório. Não me agüento mais.
Não me alimento mais de sonhos que eu mesma bordo.

Se desfaça então,
Solte suas amarras,
Jogue meu tempo contra o seu.
Beba-me em versos e letras,
Teus bordados agora me pertencem

Náuseas. Basta. Não quero mais ser de ninguém

Querer não está em pauta
És agora de outra vontade
Tens a porta à sua frente, pálida

Chega de rosas.
Meu mundo já está sem cor desde que me aproximei de ti
Tu não sabes a diferença entre carmim e ocre

Cores vão e vem
Gire a roda e tudo vira branco...
Ou cinza como tua mágoa
Deixe os tons... Ouça

Só ouço o som deste piano pesado que só soam notas de saudade

Saudade é música parada
Mas o piano toca o que você não espera
Pare. Escute com atenção...
É o som da sua entrega

Então me tomas
Renuncio a ida
Fico
E só fico porque me quer por perto

Devolvo suas cores
Feche os olhos e as tome


(Parceria com M. D. Amado)
Débora Andrade e M.D. Amado

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