sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Âncora


ÂNCORA


Meu barco ancorou
Entre a areia e o mar
No instante do seu olhar
No momento do seu amor
Entre a sombra e a dor
Sob o céu estrelado,
À vista do mar iluminado
pela luz de uma estrela cadente...
Entre o deserto e a flor...

Em um novo mundo, em uma nova dimensão...
De verdades menos palpáveis,
De sorrisos mais internos,
De sonhos se realizando,
Ternos, serenos, imensos, intensos...

Meu barco ancorou em um porto distante
Porto livre de espantos,
Porto mágico de encantos...
Lá eu pude ser eu e cantar...
Sentir imenso amor e me encontrar...
Sonhar e realizar...
Amar, amar e amar...

Lindo porto de mansidão...
Onde a eternidade é verdadeira
Onde a felicidade brinca com o tempo
E impera a força do coração
E as angústias são levadas pelo vento.

Porto de céu, de mar
De sol, de vento, de lua...
De estrelas, de beleza...

Porto de dar as mãos...

De sonhar juntos, de fazer juntos
De ser juntos...

Minha âncora...

Minha âncora...
Ancorou-me no porto sereno e doce da magia do amor...
Permitiu-me saciar a sede de ser feliz...
Ensinou-me a acreditar no sempre...

Minha âncora...
Ancorada agora está...
Não mais em meu barco...
Deixou-me livre a navegar...
Obrigou-me a partir do porto do encanto

Barco segue...
Encontra luz, encontra brisa
Agora vê o arco-íris
Depois de passar por grande tempestade...

Segue barco, segue barco...
Sem âncora...
Goze dos dias de calmaria
Enquanto longe está o temporal...

Não há mais âncora...
Perdi a direção do porto...
Não parei ainda de navegar...

Gira mundo, gira barco...
Naufrague um dia no porto da magia,
no porto do encanto...
Onde ainda há meu canto...
Onde chorei meu pranto...
Onde eu, de verdade, me encontro.

Débora Andrade

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