terça-feira, 20 de novembro de 2012

Somos o que somos.


Somos o que somos.

Não somos o que pensamos.
Somos o que somos.
E ponto.
Tudo bem...
E vírgula.

Depois do segundo "somos"
Ainda há espaço para argumentações,
Questionamentos, indagações, dúvidas e até para as certezas.

Somos o que somos.
Às vezes luz, às vezes escuridão.
Fome e refeição.
Sede e salvação.
Somos o que somos e sem nenhuma pontuação.
Ora humano, ora sobre-humano, subumano e desumano.
Somos sempre uma contradição.

Um mistério desvendado aos poucos.
E sofrendo as dores e os prazeres de qualquer desvendar.
Assim, como quem anda descalço sobre cacos cortantes,
(Seja de vidros ou de paixões)
Apalpando a sorte, tateando os sentimentos no obscuro das emoções.


Um espelho...
Reflexo fajuto mostrando o avesso do que eu deveria ser.
Do que eu desejo ser.
Do que eu não posso ser.

Fim do dia. E agora sou eu e ponto.
Tudo "pronto". Imagem e reflexo!
Testemunhadas por todos os santos.
Posso me ver no espelho e sou eu.
E então... Chora um pranto e, mais uma vez, pronto!
Lá vem ele... Lá vem eles... Vem vindo todos... E chega ela!
Tempo, enganos, encontros, sonhos, realizações, frustrações: a vida!
Corta!!! - Grita alto o íntimo e intimida.
-Vamos refazer. Esse aí não sou eu não.
E assim prorrogamos mais um "recomeço".

Não somos o que pensamos ser.
Somos o que somos.
Sem ser muito, sem ser demais.
Até porque... Uma hora a banda passa
Mas a música não é a mesma de ontem.
O inverno chega... e aí, o cheiro é parecido com o de 1998.
E aí você já olhou sua foto na moldura e sentiu saudades.
Saudades do que você já foi.
E se pergunta onde escondeu aquele sorriso da foto.
E se olha. Compara as pessoas do espelho e da fotografia.
E se questiona: - É a mesma pessoa?
Duvida... mas reage aliando-se as certezas de sempre.

Basta a essência de nós.

Somos o que somos.

Mas, estamos sempre...

Não há tempo para ser.

E só agora somos...

Com as retiscências...
E sem complementações.
Débora Andrade

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