quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Silêncio em Vão


Silêncio em Vão

Afirmo.
Contesto.
Questiono.
Desculpo-me.
Protesto.
Era para ser bom.
Nossos motivos, por vezes desiguais,
Deram espaço ao questionamento:
- Somos ou não, reais?
Deixei que pudesse ler meus olhos.
Deixei que as palavras morressem secas no nó entre a garganta e a boca.
Mudo, meu mundo sorria.

Agradeço.
Pela confiança.
Pelas palavras bem ditas.
Pela fé e perseverança.
Pelos elogios e pela dança.
Censuro.
A demasiada arrogância.
A cansativa intolerância.
A fria e casual elegância.
Renego.
A vista grossa.
O gosto breve.
A cabeça leve.

Se pudesse ler o meu olhar,
Teria sim, além do silêncio...
Sim. Não disse que te amava.
E nisso você pode ficar com a razão.
Nunca diria sobre o amor,
Se eu achasse em vão...

Era só um tempo...
Só um pouco até reaprender a falar.
Enquanto isto,
Teria de mim o silêncio...
E as palavras do meu olhar...
Débora Andrade

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