sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Asas


Asas

Brota em meus pés o chão.
Se sigo em frente, avante estrada.
Brotam em meus olhos lágrimas.
Pelo retrovisor despeço de minhas pegadas.

Dia e noite entre curvas e linhas.
E ainda, a folha em branco.
Angústia, desespero, tristeza?
- Não. Não tenho tema.
Não tenho pena.
Nem asas.
Eu sei voar.

Brotam em meu chão, lágrimas.
Se paro e penso,  final. Chegada.
Brota nos meus olhos o fim.
Nasce e recordo minha estrada.
Pelo retrovisor não vejo mais nada.

Brotaram em mim, asas.
Débora Andrade

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