sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ele Por Ela


Ele por ela.

Fala pouco.
Quase nada.
Fechou as portas do seu mundo.
Se enclausurou entre suas certezas que são certas só para ele.
Não quer saber de outras razões.
As suas lhe bastam.
Não tem o mesmo brilho nos olhos.
Nem mesmo uma ponta de entusiasmo ao abrir a boca.
Tornou-se opaco.

Se perdeu entre o passado e o presente.
E não pensa mais no futuro.
Imóvel, apático, constante.
Não grita, não briga, não esbraveja, não chora.
Perdeu suas nuances de emoção.
Perdeu as caras e bocas.

Perdeu-se.

Amanhã é sempre um novo dia.
Mas amanhã, para ele, ainda será.
Portanto, basta o hoje.
E com os pés bem presos ao chão.
Satisfeito com o pouco que a vida lhe entrega.
Sem desejar o céu, o mar, as profundezas do oceano.

Fechar as portas e tornar-se mistério é o jogo.
Parece lhe bastar.

Pobre menino dono da razão.
Emoção. É o que lhe falta.
Débora Andrade

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