terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sobre A Noite


Sobre a Noite

Nuvem de mistérios a pairar sobre humanidade.

Quem somos, quem fomos e o que seremos?
O que há além do céu? O que há além do Universo?
Transformações incessantes de nós mesmos,
Armando espetáculos constantes do que desejamos ser.

Escolhemos como personagem a noite.
E, em exercício de Artes Cênicas,
Anoitecemos logo ao entardecer.
Pretendemos ser desvendados e nos conhecer.
E  desejamos ocultar o que não devemos ser.

Com o pouco cuidado de principiante,
Nos pintamos como o céu quando é escuro.
Nossas estrelas estão expostas, mas não sabemos nenhuma direção.
Sem dosar o brilho e a luz, destacamos a Lua, quase sempre  cheia.
Cheia de nós mesmos. Cheia das nossas fraquezas.
Tão cheia deste desmazelo de quem não se prepara para atuar.

E já é quase meia-noite...
Então saia e olhe para o céu, olhe para noite e meia.
Vai se deparar com a imensidão do espaço acima de nós.
A atmosfera não esconde a escuridão do universo lá fora.
O silêncio convida à introspecção e agora...
Prestação de contas: a noite e você.

Você brincando de ser noite.
E a noite, sem perder nenhum tempo,
Transformando-se no dia que teremos.
No dia que podemos ser.

Quem é dono de mais mistérios?
Respostas que nunca vamos saber.
O que é escuro, nem sempre, obscuro precisa ser.

Débora Andrade e Flávio Andrade

Nenhum comentário:

Postar um comentário