sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Renasce


Renasce

Perdida.
Na contramão dos ideais.
No peito, soa o grito de socorro.
Expectativas de sonhos quase mortos.
A esperança sempre acende a luz de alerta.
Parece não se perder em meio a tantas confusões.

Introspecção.
A madruga dá norte de quem pode ser.
E por ora, só há tempestade.
O dia que vem é de verão.
Sol que não mais faz poesia de arco-íris.

Água.
Chuva.
Lágrimas sem sal de um céu cinza e triste.
Lavando dores de ontem.
Nascendo e morrendo flores de primavera de um ciclo próximo.

Fuga.
Um clamor insiste: - Posse.
Posse de alma que colore sombras.

Retrocesso.
Corredeiras que carregaram este corpo morto.
Nascer é sempre mais doloroso.
Renascer é doer duas vezes.

Passos.
Pequenos, porém, ligeiros.
Ofegante.
Pesada.
Muito fôlego.
Teimosia.
A falta de ar não vence.
Os pés, ainda escravos da alma...
Pisam chão que não mais são estrelas.
Pó, poeira, chão.
Seguem.
Procuram pelo caminho que ainda não sabe se virá.
Se cansa.
Continua.
Vive.
Morre.
Nasce.
Renasce.
Débora Andrade

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